Uma das características mais marcantes das motos BMW modernas é a suspensão dianteira Paralever, introduzida em 1994 na GS1100 e outros modelos. Trata-se basicamente de uma *bandeja* conectada à moto abaixo do tanque e a suspensão é proporcionada por um único amortecedor. A função das bengalas é meramente de guia. A principal vantagem é que esse tipo de suspensão *mergulha* muito menos em frenagens bruscas o que facilita uma tocada esportiva ao permitir frenagens *dentro* da tomada de curva. Alguns puristas afirmam que a contrapartida é uma pequena perda de sensibilidade na dianteira.
O que alguns não sabem é que a BMW já se preocupava com isso na década de 50.
Foi nessa época que a BMW começou a equipar as R50 e as R60, e outros modelos, com garfos dianteiros Earles.
Os garfos Earles são fascinantes. Patenteados em 1951 pelo inglês Ernest Richard George Earles caracterizam-se, fundamentalmente, por terem seu ponto de flexão na parte posterior da roda. Esse garfo e sua triangulação faziam que a roda dianteira se *erguesse* um pouco em freadas bruscas, ao contrário dos amortecedores telescópicos que provocam o efeito *mergulho*.
À época, essa propriedade foi muito importante principalmente para o uso de sidecars. Apesar de a BMW ter sido o primeiro fabricante de motocicletas a usar amortecedores dianteiros telescópicos hidráulicos já em 1934 com a R7, logo passaram a usar os garfos Earles, principalmente de 1956 a 1969.
A semelhança de fundamento com o Paralever é clara.
(Inclui material de bmwdean / por Fernando Costa)