Praticamente todo colecionador de BMW Clássicas sonha em ter em sua garage um exemplar com motor de válvulas laterais – side valve SV (outros sonhos são rabo duro, tanque rebaixado, alavanca de câmbio no tanque, e muitos outros).
Os primeiros motores a explosão eram dotados de válvulas laterais, como mostrado no desenho acima. São motores mais simples e apresentam muitas vantagens; uma delas é que, se as válvulas quebram, ou se apresentam problemas, não danificam diretamente a câmera de combustão, os cilindros e pistões.
São motores de baixa performance, baixa compressão e baixos giros. À medida que as exigências aumentam, aparecem os inconvenientes desta concepção de válvulas laterais, como por exemplo:
* câmera de combustão de formato irregular, prejudicando o fluxo da mistura ar/gasolina para a admissão, compressão, explosão e escape, dificultando regime de altos giros em busca de melhor rendimento.
* impossibilidade de aumentar a taxa de compressão devido à dificuldade de aproximar o cabeçote da parte superior do cilindro. Com o advento de gasolinas de melhor qualidade tornou-se importante aumentar a taxa de compressão para maximizar o benefício dessa gasolina melhorada.
Há outros aspectos negativos e, à medida que se exigia mais dos motores, os modelos com válvulas na cabeça (overhead OHV) foram se impondo.
Muitas BMW pré-guerra são dotadas de motores com válvulas laterais, tornando-se objeto de desejo para os colecionadores, como por exemplo a R6 abaixo, de 1937. Veja em http://www.roadkill.com/~davet/moto/designations quais clássicas são dotadas de motor SV e OHV.
A pá de cal nos motores BMW de válvulas laterais foi o desenvolvimento da R75, durante a guerra, para uso militar. Exigia-se um motor de ótima performance para suportar as exigências de uso em combate. Esse motor, OHV, era tão excelente que serviu de base para muitos modelos de BMW pós-guerra.
Por isso, em suas andanças por aí, se encontrar uma BMW Clássica com motor de válvulas laterais, fique atento: é um objeto de desejo!
Por Fernando Costa